Saponinas na Aquicultura: Inovação e Sustentabilidade no Cultivo de Peixes
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A implementação de aditivos nutricionais nas dietas de peixes é uma prática essencial para maximizar a eficácia da aquicultura, promovendo saúde, crescimento e sustentabilidade no cultivo aquático. Entre os diversos aditivos explorados, as saponinas emergem como componentes de grande valia, dada a sua ampla gama de propriedades benéficas. Estes compostos fitogênicos são conhecidos por suas atividades biológicas potentes que podem exercer efeitos positivos marcantes na saúde e nutrição dos peixes.
As Fontes Primordiais de Saponinas
Apesar de encontrarmos saponinas em diversas plantas, as fontes mais importantes de saponinas para uso como aditivo nutricional são a Yucca schidigera e a Quillaja saponaria. Estas plantas são altamente valorizadas por seu alto teor de saponinas e pela eficácia desses compostos em aplicações aquáticas. A Yucca, por exemplo, é conhecida por sua capacidade de reduzir os níveis de amônia no ambiente aquático, melhorando a qualidade da água e contribuindo para a saúde dos peixes. Já a Quillaja é notável por suas propriedades adjuvantes, que podem potencializar a resposta imune em vacinas, além de suas ações como agentes antimicrobianos e antiparasitários.
Benefícios das Saponinas
Os benefícios do uso de saponinas na nutrição de peixes são extensivos e impactantes. Elas melhoram a qualidade da água e auxiliam na gestão ambiental da aquicultura, influenciando positivamente a fisiologia dos peixes de várias maneiras. As saponinas podem estimular a secreção de bile, melhorando a digestão e a absorção de nutrientes, fortalecer o sistema imunológico dos peixes, aumentando sua resistência a doenças e estresse, além de possuírem atividades antioxidantes, que protegem os tecidos dos peixes contra danos causados por radicais livres, promovendo maior vitalidade e longevidade.
A integração de saponinas extraídas de Yucca e Quillaja nas dietas aquáticas não apenas promove um melhor desempenho zootécnico, mas também contribui para a sustentabilidade da aquicultura, minimizando o uso de antibióticos e melhorando a resistência natural dos peixes. O emprego desses aditivos naturais se alinha com as tendências de uma aquicultura mais verde e responsável, destacando a importância da inovação e da pesquisa contínua no campo da nutrição aquática.
Novidades na pesquisa
Estudos recentes, conduzidos no último ano, enriqueceram o conhecimento existente, acrescentando novos benefícios à lista conhecida.
O uso de saponina de soja em baixa concentração na dieta de garoupas pode melhorar a performance de crescimento, potencialmente devido ao aumento da capacidade antioxidante hepática, capacidade anti-inflamatória do intestino distal e fortalecimento das junções estreitas.
https://doi.org/10.1016/j.fsi.2023.109033
Outro estudo mostrou que a adição de saponinas obtidas da planta Momordica charantia melhorou o crescimento e a saúde de carpas que receberam uma dieta com relação proteína/carboidrato de 28%/46%. Houve modulação da composição da microbiota intestinal e regulação positiva de genes relacionados ao crescimento e à resposta antioxidante e anti-inflamatória.
https://doi.org/10.1016/j.fsi.2023.108980
Em estudos com robalo, a inclusão de saponinas na dieta sob estresse térmico reduziu a expressão de genes de estresse e inflamação no fígado e aumentou a atividade de enzimas antioxidantes, melhorando o metabolismo lipídico. Esse achado reforça o papel das saponinas esteroidais como uma estratégia nutricional promissora para aumentar a resiliência de peixes a estressores ambientais, como o aumento da temperatura da água.
https://doi.org/10.21203/rs.3.rs-2892026/v1
https://doi.org/10.1016/j.aqrep.2023.101875
Na salmonicultura, a administração oral de extrato de Quillaja saponaria reduziu a mortalidade e o uso de antibióticos em infecções por Piscirickettsia salmonis, modulando significativamente a expressão de imunomarcadores. Esses achados indicam que os extratos purificados de Quillaja podem ser uma estratégia natural eficiente para prevenção e controle de infecções, sugerindo um potencial significativo para aplicação futura na aquicultura de salmão.
https://doi.org/10.3390/ani13182845
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